Apesar de silenciosa, a esteatose hepática é uma condição cada vez mais comum, especialmente entre pessoas com obesidade e que pode gerar grande impacto negativo na saúde.
Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado, ela pode permanecer por anos sem apresentar sintomas, o que atrasa o diagnóstico e aumenta o risco de complicações.
A relação entre obesidade e esteatose não é coincidência. O excesso de peso favorece alterações metabólicas que contribuem para a infiltração de gordura nas células do fígado.
A boa notícia é que, quando identificada precocemente, a esteatose pode ser revertida com mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, com o apoio de tratamentos especializados, incluindo a cirurgia bariátrica.
Neste artigo, você vai entender como essa condição se desenvolve, por que é mais frequente em pessoas com obesidade e quais estratégias podem ajudar a prevenir e tratar o problema, preservando a saúde do fígado e a qualidade de vida.
O que é esteatose hepática?
A esteatose hepática é uma condição caracterizada pelo acúmulo de gordura dentro das células do fígado. Esse depósito ocorre quando a quantidade de gordura recebida ou produzida pelo órgão supera sua capacidade de metabolização e eliminação.
Existem diferentes graus da doença, que vão desde a forma leve — quando a presença de gordura ainda não compromete o funcionamento do fígado — até estágios mais avançados, que podem evoluir para inflamação (esteato-hepatite), fibrose e, em casos extremos, cirrose.
A causa pode estar ligada a hábitos de vida, como alimentação desequilibrada e sedentarismo, a condições de saúde, como diabetes e colesterol alto, ou ainda a uso de determinados medicamentos.
Por que ela é comum em pessoas com obesidade?
A obesidade é um dos principais fatores de risco para a esteatose hepática. O excesso de gordura corporal, especialmente na região abdominal, aumenta a liberação de ácidos graxos na corrente sanguínea.
Esses ácidos chegam ao fígado em grandes quantidades, sobrecarregando sua capacidade de processá-los e favorecendo o acúmulo no órgão.
Outro fator é a resistência insulínica, muito comum em pessoas com obesidade. Essa condição estimula o fígado a produzir mais gordura e reduz sua capacidade de eliminá-la.
Estudos como o ELSA-Brasil mostram que quanto maior o índice de massa corporal (IMC), maior a probabilidade de ter esteatose e de a doença evoluir para estágios mais graves.
Como prevenir e tratar a esteatose hepática
Além de prejudicar o fígado, a esteatose pode afetar todo o metabolismo. O acúmulo de gordura no órgão favorece alterações hormonais e dificulta o controle dos níveis de açúcar no sangue, aumentando o risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Nas fases iniciais, a doença é reversível, e as principais estratégias incluem:
- Mudança no estilo de vida: priorizar alimentação saudável e reduzir ultraprocessados, açúcares e gorduras saturadas.
- Prática regular de atividade física: exercícios ajudam a reduzir gordura corporal e melhorar a sensibilidade à insulina.
- Controle do peso corporal: perder de 7% a 10% do peso pode reduzir a gordura no fígado; a meta deve ser definida com acompanhamento médico.
- Tratamento de condições associadas: manter diabetes, colesterol alto e hipertensão sob controle.
- Acompanhamento médico regular: monitorar a evolução com exames periódicos.
Em casos de obesidade grave ou dificuldade de perda de peso apenas com mudanças de hábito, a cirurgia bariátrica pode ser indicada como parte do tratamento, sempre com acompanhamento multidisciplinar.
A esteatose hepática é uma condição silenciosa, mas tratável. Identificar o problema cedo e adotar medidas preventivas pode evitar complicações e preservar a saúde do fígado.
E mesmo nos casos mais avançados, há tratamentos capazes de controlar a evolução da doença e proteger a função hepática, especialmente quando conduzidos por uma equipe especializada.
O NTCO conta com uma equipe multidisciplinar preparada para diagnosticar e tratar a obesidade e suas complicações com segurança e acolhimento, oferecendo orientações personalizadas para cada paciente.
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