Cada vez mais, os efeitos danosos da obesidade se tornam conhecidos, mostrando que se trata de um problema que vai muito além de questões estéticas.
Nesse cenário, a cirurgia bariátrica, visando a redução de estômago, passa a ser considerada por um número maior de pessoas. No entanto, em quais casos ela é possível?
Critérios para a realização de cirurgia bariátrica
Antes de tudo, é importante lembrar que em nem todos os casos a cirurgia bariátrica é recomendada. Para tanto, é preciso se enquadrar em condições específicas:
Grau de obesidade
O principal parâmetro para atestar a obesidade é o IMC (Índice de Massa Corporal), cálculo realizado dividindo o peso da pessoa por sua altura ao quadrado. A cirurgia bariátrica é indicada para quem apresenta IMC igual ou superior a 40 kg/m² (obesidade III) ou IMC entre 35 e 39,9 kg/m² (obesidade II) associado a comorbidades graves (diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e problemas articulares graves que dificultem a mobilidade).
Histórico de insucesso com tratamentos convencionais
Antes de optar pela cirurgia bariátrica, é essencial tentar primeiro as alternativas convencionais: dietas equilibradas (visando reduzir a ingestão calórica), prática regular de exercícios físicos (estimulando o metabolismo a queimar calorias) e, em alguns casos, até mesmo remédios supervisionados por um médico. Tratam-se de métodos menos invasivos capazes de promover uma perda de peso saudável e sustentável.
Idade do paciente
Geralmente, a cirurgia bariátrica é indicada para pessoas entre 18 e 65 anos. Pacientes fora dessa faixa etária podem ser considerados em situações específicas: adolescentes precisam apresentar maturidade física e psicológica, além de acompanhamento especializado; já idosos devem ter boas condições de saúde geral, com avaliação cuidadosa dos riscos cirúrgicos.
Exames prévios
A fim de identificar riscos para a cirurgia bariátrica podem ser exigidos exames de sangue para avaliar glicemia, colesterol e funções renal e hepática; endoscopia digestiva para identificar problemas no estômago; ultrassonografia abdominal para avaliar fígado e vesícula; e eletrocardiograma e teste ergométrico para verificar a saúde do coração. Assim, a equipe médica planeje a intervenção de forma personalizada, garantindo melhores resultados e mais segurança para o paciente.
Avaliação conjunta
A viabilidade da cirurgia bariátrica deve ser atestada por uma equipe com profissionais de diversas áreas da saúde. Isso inclui médicos (como cirurgiões bariátricos, endocrinologistas e cardiologistas), nutricionistas, psicólogos e, em alguns casos, fisioterapeutas também. Cada especialista leva em conta diferentes aspectos, como condições de saúde, estado emocional e hábitos alimentares.
Como é a vida após a cirurgia bariátrica
Todo o rigor envolvido ao se considerar ou não a cirurgia bariátrica ocorre pensando também na fase pós-operatória e seus consideráveis desafios, exigindo adaptações físicas, emocionais e comportamentais.
Existem as restrições alimentares iniciais, que podem causar desconforto e demanda por disciplina. Psicologicamente, os pacientes podem enfrentar ansiedade e necessidade de readequação da autoimagem.
Não se pode deixar de reforçar que, a longo prazo, somente hábitos saudáveis vão evitar reganho de peso e preservar os benefícios do procedimento.
De uma forma geral, a cirurgia bariátrica deve ser vista como o último recurso a ser tentado diante da obesidade. Como todo procedimento de maior complexidade, só deve ocorrer quando os benefícios forem consideravelmente maiores que eventuais complicações.
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